sexta-feira, 31 de agosto de 2012

DEVEMOS CRER NA BÍBLIA PIAMENTE?




A Bíblia para os protestantes é a única regra de fé e prática, ela é a “palavra de Deus”, cada um dos seus textos foi divinamente inspirado e dela nada pode ser retirado, nem a ela acrescido. Vale transcrever aqui o judicioso comentário do escritor RUBEM ALVES:

“Parte-se de um “a priori” dogmático: A Bíblia foi escrita por inspiração de Deus. Mas, mais do que isto. Não basta dizer “foi”, porque então entraríamos no campo das mediações históricas. Como garantir que o texto não foi corrompido? E com isto a autoridade se dissolve pela dúvida. O texto foi preservado puro em todos os séculos, de sorte que o texto que temos hoje diante de nós contém, na sua totalidade, as próprias palavras de Deus. A Bíblia é, assim, a voz de Deus”. (“Protestantismo e Repressão”, ed. Ática, pg. 98).

Nós não temos da Bíblia a mesma noção que os nossos irmãos evangélicos. Respeitamo-la como um repositório de ensinamentos divinamente inspirados e, sobretudo, como acervo documentário da história do povo hebreu. Duas mensagens importantes nela se inserem, visando a impulsionar os homens pela senda do progresso: Uma no Antigo Testamento, consistente no código de moral ministrado por Moisés com as “Tábuas da Lei”. Outra no Novo Testamento, dada por Jesus, com a noção da imortalidade da alma e das recompensas e punições após a morte, segundo as obras, boas ou más, do ser humano em sua existência terrena.
Essas mensagens são consideradas “revelações” e o são, com efeito, no sentido de constituírem ensinamentos novos para o povo a que eram dirigidas; mas, se compulsarmos a História, veremos que não foram ensinos dados em primeira mão, pois outros povos mais antigos, já os haviam recebido.

Assim é que os “Dez Mandamentos” foram adaptados dos Livros Védicos, muito anteriores à Bíblia, nos quais se achavam classificados como “pecados do corpo” (bater, matar, roubar, violar mulheres), “pecados da palavra” (ser falso, mentir, injuriar) e “pecados da vontade” (desejar o mal, cobiçar o bem alheio, não ter dó dos outros). (THEODORE ROBINSON, em “Introduction de I’Histoire des Religions”, cit. por MÁRIO CAVALCANTI DE MELO em “Da Bíblia aos Nossos Dias”, ed. 1972, pg. 207). A noção da imortalidade da alma já existia em diversas civilizações anteriores à israelita.

Moisés certamente foi um homem de grande cultura para a sua época, versado nos segredos da ciência egípcia, por ter sido criado e educado pela família real (Atos 7:22). Isto não invalida o ensino dado ao povo hebreu, nem lhe tira o caráter de “revelação”, apenas sugere moderação aos que pretendem ser a Bíblia a única revelação ministrada por Deus aos homens.

Da mesma forma, a lei de amor pregada por Jesus já havia sido objeto de pregação pelo filósofo hindu Kristna e era crença comun entre os povos da antiguidade oriental. Mas as revelações daquele egrégio filósofo foram abafadas pelo Brahmanismo, exatamente como as de Jesus vieram a ser abafadas pelos que se proclamam seus seguidores.

O ponto que desejamos salientar é que, se a Bíblia trouxe revelações divinas ao homem, outras revelações têm sido ministradas por Deus a outros povos. Vários livros religiosos da antiguidade, cada um a seu tempo e atendendo às circunstâncias da sua época, contribuíram para a elevação moral dos povos. A própria Ciência pode ser considerada um instrumento de revelações, sendo os grandes inventores missionários inspirados no sentido de incentivarem o progresso intelectual. E o que são os grandes artistas, senão mensageiros incumbidos do aprimoramento da sensibilidade do espírito humano?

Deus é o Criador de todos os homens, e sendo um Pai Amoroso qual o retrata Jesus, não iria privilegiar um pequeno grupo de bárbaro, relegado oa abandono todo o resto da humanidade por Ele criada. Os hebreus se consideraram “o povo eleito de Deus”, e os irmaos evangelicos acreditam piamente nessa história, por haver inúmeras referêcias a isso na Escritura... E como não haveria, se os escritores da Bíblia foram todos judeus?


É interessante observar que todo o Velho Testamento retrata uma evidente preparação para o advento do Messias. Mas quando enfim desce à Terra aquele que, segundo os nossos irmãos, é a encarnação do próprio Deus, os israelitas o rejeitam e o crucificam... E dois mil anos depois, quando a figura do Cristo se prjeta na História como o maior de todos os profetas enviados por Deus à humanidade, aquele que veio traçar novos rumos à grande civilização ocidental que se intitula “cristã”, nem assim o “povo eleito” reconhece ou se penitencia do mais clamoroso dos seus erros, continuando apegado à velha concepção farisaica, alheio à pessoa do Nazareno e não mais esperando um Messias personalizado, mas atribuindo à própria comunidade a tarefa messiânica, de conduzir a humanidade aos pés de Jeová, na plenitude dos tempos.

Sendo um povo de grande inteligência e sagacidade, é natural que os israelitas dos tempos hodiernos usassem seu inegável prestígio bíblico junto às opulentas comunidades cristãs, principalmente as protestantes, para desencadear o movimento sionista, que teve por desfecho a “doação” que lhes fizeram as Nações Unidas, em 1948, de vastos territórios mantidos sob protetorado, mas cujos possuidores, legítimos ou não, eram os povos palestinos.

Parece-nos questionável a pretensão a territórios cuja posse fora perdida há mais de três mil anos, além de terem sido adquiridos por direito de conquista, mediante o arrasamento das cidades e a eliminação de praticamente todos os habitantes. Mas o que a Bíblia deixa bem claro é que todas aquelas impiedosas conquistas foram efetuadas por ordem direta e sob imediata proteção do próprio “Deus de Israel”. Leiam-se as seguintes eloquentes passágens:

Lev. 20:26 - “E ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo, e vos separei dos povos para serdes meus.”

Deut. 7:2 - “Quando o teu Deus te tiver dado gentes mais poderosas do que tu totalmente as destruirás, não farás acordo com elas e nem terás piedade delas.”

Deut. 7:6 - “Porque povo santo és ao Senhor teu Deus, que te escolheu para que fosses o seu povo próprio, de todos os povos que existem sobre a terra.”

Não se veja em nossas palavras nenhum laivo de anti-semitismo; o que apenas fazemos é expor fatos, para ilustrar duas importantes conclusões: A primeira é que, para insuflar um povo bárbaro, de índole indomável, os seus próceres tinham de incutir-lhe na mente precisamente isto: — que eram “o povo santo de Deus”, portanto bem superiores aos povos idólatras cujas terras deviam conquistar, e que era o próprio Jeová quem ordenava o arrasamento das cidades e o extermínio total dos seus habitantes.

A segunda conclusão é que o grande apóstolo São Paulo, que recebeu de Jesus a missão de levar a mensagem do Evangelho aos gentios, trouxe, como resquício da sua condição de judeu e fariseu, o mesmo sentimento de privilégio, através da insólita doutrina da “predestinação”: os “salvos” foram eleitos desde a eternidade para a salvação (Efésios 1:4), todos os demais são “ímpios”, estão condenados à perdição eterna.

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Texto extraído do livro
"Espiritismo e As Igrejas Reformadas"
de Jayme Andrade

Fonte: Celula Espírita

terça-feira, 28 de agosto de 2012

HOMOSSEXUALISMO NA VISÃO ESPÍRITA





“A homossexualidade, também hoje chamada transexualidade, em alguns círculos de ciência, definindo-se, no conjunto de suas características, por tendência da criatura para a comunhão afetiva com uma outra criatura do mesmo sexo, não encontra explicação fundamental nos estudos psicológicos que tratam do assunto em bases materialistas, mas é perfeitamente compreensível, à luz da reencarnação” (Xavier) Espírito Emmanuel


Introdução

Tema que ainda gera muita polêmica em nosso meio, surgindo naturais divergências de opiniões quando esse assunto entra em pauta. Mas intransigência, intolerância e falta de compreensão é o que se vê na maioria das pessoas que não conseguem vislumbrar que existe o outro lado da moeda. Falta a muitos a capacidade de ver nessas pessoas irmãos em doloroso estágio evolutivo.

Não percebem que o sofrimento deles é tanto que, em alguns casos, tiram-lhes a vontade de viver. Quantos já não abandonaram a vestimenta carnal, como fuga ao insuportável preconceito de que sofrem? Quantos não se isolam, entre quatro paredes, evitando o contato com a sociedade que lhes repelem como se estivesse diante de uma asquerosa doença contagiosa.

Ouvimos de várias pessoas que Kardec não fala sobre esse assunto, o que nos incentivou a pesquisá-lo em suas obras para ver qual é a realidade. Embora muitos, com certeza, não saibam que, mesmo sem falar especificamente sobre esse assunto, Kardec diz algo a esse respeito. Entretanto, como a maioria dos espíritas mal mal só lê o tal do “Pentateuco Kardequiano”, dificilmente irá encontrar a opinião do codificador do Espiritismo, pois somente na Revista Espírita é que ele faz sua abordagem ao tema.


Opinião de Kardec

Em janeiro de 1866, na Revista Espírita, quando analisa o assunto “As mulheres têm uma alma?”, ele diz o seguinte:

(...)
As almas ou Espíritos não têm sexo. As afeições que as une nada têm de carnal, e, por isto mesmo, são mais duráveis, porque são fundadas sobre uma simpatia real, e não são subordinadas às vicissitudes da matéria.
(...)
Os sexos não existem senão no organismo; são necessários à reprodução dos seres materiais; mas os Espíritos, sendo a criação de Deus, não se reproduzem uns pelos outros, é por isto que os sexos seriam inúteis no mundo espiritual.

Os Espíritos progridem pelo trabalho que realizam e as provas que têm que suportar, como o operário em sua arte pelo trabalho que faz. Essas provas e esses trabalhos variam segundo a sua posição social. Os Espíritos devendo progredir em tudo e adquirir todos os conhecimentos, cada um é chamado a concorrer aos diversos trabalhos e a suportar os diferentes gêneros de provas; é por isto que renascem alternativamente como ricos ou pobres, senhores ou servidores operários do pensamento ou da matéria.

Assim se encontra fundado, sobre as próprias leis da Natureza, o princípio da igualdade, uma vez que o grande da véspera pode ser o pequeno do dia de amanhã, e reciprocamente. Deste princípio decorre o da fraternidade, uma vez que, nas relações sociais, reencontramos antigos conhecimentos, e que no infeliz que nos estende a mão pode se encontrar um parente ou um amigo.

É no mesmo objetivo que os Espíritos se encarnam nos diferentes sexos; tal que foi um homem poderá renascer mulher, e tal que foi mulher poderá renascer homem, a fim de cumprir os deveres de cada uma dessas posições, e delas suportar as provas.
A Natureza fez o sexo feminino mais frágil do que o outro, porque os deveres que lhe incumbem não exigem uma igual força muscular e seriam mesmo incompatíveis com a rudeza masculina.

Nele a delicadeza das formas e a fineza das sensações são admiravelmente apropriadas aos cuidados da maternidade. Aos homens e às mulheres são, pois, dados deveres especiais, igualmente importantes na ordem das coisas; são dois elementos que se completam um pelo outro.

O Espírito encarnado sofrendo a influência do organismo, seu caráter se modifica segundo as circunstâncias e se dobra às necessidades e aos cuidados que lhe impõem esse mesmo organismo. Essa influência não se apaga imediatamente depois da destruição do envoltório material, do mesmo modo que não se perdem instantaneamente os gostos e os hábitos terrestres; depois, pode ocorrer que o Espírito percorra uma série de existências num mesmo sexo, o que faz que, durante muito tempo, ele possa conservar, no estado de Espírito, o caráter de homem ou de mulher do qual a marca permaneceu nele. Não é senão o que ocorre a um certo grau de adiantamento e de desmaterialização que a influência da matéria se apaga completamente, e com ela o caráter dos sexos. Aqueles que se apresentam a nós como homens ou como mulheres, é para lembrar a existência na qual nós os conhecemos.

FONTE: PENSAMENTOS DE ANDRÉ LUIZ; AMIGOS DE CHICO XAVIER




 

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A REENCARNAÇÃO DOS ANIMAIS




P: Existe um planejamento reencarnatório para os animais?

R: Sim. O Espírito da Verdade disse que os animais não são simples máquinas, como supomos. Por isso são tratados de modo especial e não sem qualquer planejamento. Quando se trata de animais superiores, como por exemplo, os mamíferos, há um planejamento padrão, além de um outro quase individualizado. Quando se refere a animais de escalas evolutivas anteriores (insetos, por exemplo) são tratados de modo padronizado, somente por métodos pré-estabelecidos, mas mesmo assim há planejamento para cada espécie.

A partir de um determinado patamar evolutivo, os animais passam a ser tratados de modo mais individual, pois já atingiram certo grau de independência e estão mais livres de padrões, utilizam mais o seu livre-arbítrio. Por serem mais independentes, são preparados para reencarnação de modo particular, em alas compartilhadas com um menor número de indivíduos se comparados com animais que se encontram em fases evolutivas anteriores, que são preparados de modo padronizado para todo o grupo.



P: Eles podem reencarnar na mesma família onde eram queridos?


R: Os animais, principalmente os domésticos, aprendem conosco, que somos, além de irmãos, seus professores. Durante o tempo em que permanecem conosco, passam por várias experiências, como encarnados e, quando já for o suficiente, provavelmente ele reencarnará em outra família e em outra localidade onde aprenderá coisas que não podemos oferecer. Mas em geral retornam várias vezes ao mesmo lar.

Os animais cumprem alguns roteiros padronizados de aprendizado, além de outros mais particularizados e, desde que passem à contento, seguem para outra fase evolutiva e de aprendizado em companhia de pessoas diferentes que podem oferecer outras novas experiências a eles. O fato de serem queridos é importante, mas não é o fator determinante para que retornem ao mesmo lar.



P: Para a reencarnação, qual o critério de escolha da família para onde devem ir os animais?


R: Quando os animais que vivem em maior proximidade dos seres humanos desencarnam, eles são imediatamente, na maioria das vezes, encaminhados à reencarnação. Para alguns grupos de animais existem condições pré-estabelecidas e padronizadas, mas, para outros, há condições particulares, individualizadas. Para tanto há cronogramas particulares de roteiros de aprendizado que devem ser seguidos sob orientação de Espíritos encarregados disto. Espíritos de elevada categoria elaboram os projetos que são colocados em prática por Espíritos subordinados que se encontram mais próximos dos animais. Eles, então, organizam os animais ou os espíritos deles, para esta ou aquela atividade relacionada aos nossos irmãos, até completar o aprendizado em determinado grupo humano. Existem vários planos para um mesmo animal ou grupos de animais que podem ser substituídos um por outro a qualquer momento, segundo a determinação destes grupos espirituais de maior hierarquia, que decidem sobre os caminhos que deverão seguir os animais sob sua responsabilidade. Em geral, o plano original é mantido na medida do possível e somente é substituído em situações que obriguem a isso para preservar a vida do animal.



P: É possível um animalzinho reencarnar no mesmo lar?


R: Sim, é possível e ocorre com frequência, pois o aprendizado não se interrompe com a desencarnação do animal. Como retornam na primeira oportunidade, continuam praticamente do ponto onde pararam. A vida não é interrompida com a morte do corpo físico, pois do mesmo modo como nosso Espírito evolui pela reencarnação, os animais também reencarnam para reiniciar sua jornada interrompida temporariamente. No Mundo Espiritual os Espíritos encarregados da evolucão deles os encaminham às famílias ou aos locais onde deverão prosseguir com seu aprendizado, que, em geral, se repete várias vezes, podendo ser, também, por um curto período, dependendo da necessidade.



P: Fale um pouco sobre o tempo necessário para o animal reencarnar após ter desencarnado.

R: Ao desencarnarmos, ou quando desencarna um animal, alguns ajustes são necessários ao nosso Espírito e ao nosso corpo espiritual antes de retornarmos ao mundo físico. Quando desencarnamos de forma violenta, por exemplo, podem ocorrer lesões em nossos corpos espirituais que precisam ser reparadas antes do retorno. Os animais considerados inferiores passam por tratamentos preparatórios padronizados rápidos e, portanto, o retorno também é rápido. Animais superiores passam por tratamentos quase individualizados e mais demorados. O tempo varia de espécie para espécie animal, em função do seu grau de evolução e das condições, que são variáveis, mas sempre este período é relativamente curto, se comparado ao tempo que decorre para uma reencarnação humana. Minutos, horas, dias, meses, anos. Isso, como dissemos, ficará dentro de uma variante na dependência da necessidade evolutiva. Para se ter uma ideia, a preparação de um cão está em torno de dois a três dias (alguns animais domésticos podem permanecer no plano espiritual por mais tempo ou por tempo indeterminado, se estiverem sob a tutela e responsabilidade de algum Espírito amigo que queira cuidar dele) antes de ser enviado para o mundo físico na forma de um embrião, que irá se adaptar ao útero materno e se desenvolverá durante o período de gestação, que no caso dos cães é de cerca de 60 dias. O tempo que permanecem no plano espiritual, chamado de erraticidade, é curto, pois não dispõem de muito para avançarem na evolução espiritual. Eles não podem se dar ao luxo de desperdícios de tempo. Quanto mais rápido retornam ao físico, mais experiências adquirem para evoluir.



(Respostas por Marcel Benedeti - Do site Comunidade Espírita)

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“Chico, pare e preste atenção neste cãozinho. É o Dom Pedrito que está voltando para você.”
(Emmanuel, mentor espiritual de Chico Xavier, referindo-se à reencarnação do cão de Chico - Do livro de Irvênia Prada: “Questão Espiritual dos Animais”)


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“A cada nova existência o espírito dá um passo no caminho do progresso.”
(Espírito da Verdade)

::A REENCARNAÇÃO DOS ANIMAIS– Parte 2 de 2


P: Gostaria que fossem comentados os processos reencarnatórios dos animais e suas diferenças entre nós, humanos.


R: Nos livros de André Luiz encontramos relatos sobre a preparação para a reencarnação de pessoas e, curiosamente, ele perguntou ao seu mentor se para os animais os processos reencarnatórios seriam diferentes. Como resposta foi dito que para os animais as condições e os processos são idênticos aos dos humanos. Não há razão para ficarmos surpresos com isso, porque reencarnamos infinitas vezes como animais e depois como seres humanos. A única diferença que existe entre os processos reencarnatórios dos animais e os nossos é somente a forma do corpo e o tratamento individual, que é uma constante para os seres humanos, mas que para os animais nem sempre é assim.

Quando retornamos ao mundo espiritual, nosso corpo espiritual, que é composto por células espirituais, se contrai. Elas se comprimem umas contra as outras e se fundem. Ao se fundirem, adquirem formas cada vez mais simples e tornam formas mínimas (miniaturização do corpo espiritual), podendo chegar a ter o forma de umas poucas células, quando estão prontas a retornarem ao plano físico. Quando atinge o ponto adequado de miniaturização, este corpo espiritual é conectado ao corpo físico da mãe ou do instrumento gerador físico (ovo, por exemplo) no qual o processo de miniaturização se inverte e as células começam a se descontrair e dão a forma ao corpo em que se desenvolverão. O novo embrião, resultante desta descontração de corpos celulares, passa por fases de desenvolvimento celular inversa ao que passou na etapa de miniaturização e se torna um novo corpo. Este, ao envelhecer, perde a vitalidade e é abandonado, no momento da morte, pelo Espírito que volta ao Mundo Espiritual para reiniciar o processo reencarnatório. Todo esse procedimento ocorre também conosco.


P: O animal pode desencarnar e retornar no mesmo círculo da sua família animal?


R: Os seres humanos são os principais professores dos animais (animais domésticos), que pelo exemplo aprendem o que precisarão saber quando atingirem a fase de Humanidade. Neste convívio, nos afinizamos mais com este ou com aquele Espírito que está sob nossa responsabilidade neste aprendizado como animais. Muitas vezes estes convivem e retornam para completar seu aprendizado conosco por várias reencarnações seguidas, criando laços de amizade mais fortes. Em se tratando de reencontrar com os humanos com quem conviveu, podemos dizer que, quando o Espírito desse animal terminou sua fase de aprendizado conosco, em geral ele passa ao convívio de outra família ou em outro lugar, na reencarnação seguinte. Mas, se se criou um vínculo de amizade, é provável que, mesmo estando com outra família e em outro local, acabemos nos encontrando. Quando os animais estão em fases mais primitivas (selvagens), o aprendizado principal está no contato com outros Espíritos que se encontram no mesmo nível evolutivo (outros animais selvagens). São os membros da família animal. O aprendizado pode ocorrer nesta ou naquela família animal, sem prejuízo do aprendizado, porque ele é simultâneo dentro da mesma família. Os laços entre eles não são tão fortes quanto os que se formam ao nosso encontro, pois estão como membros de uma mesma família, em um mesmo nível. O encontro deles teria a finalidade de troca de experiências, enquanto que o convívio conosco traz um aprendizado mais rápido e eficaz para a entrada futura no plano da Humanidade. Os Espíritos deste nível de aprendizado (animais) podem retornar juntos em uma mesma família ou não. Quando em fase selvagem, o importante é o aprendizado dentro de sua comunidade, enquanto para os animais domésticos o mais importante é o aprendizado entre eles e nós.



P: Gostaria de saber qual a diferença no processo de reencarnação de um animal de grande porte (baleia, elefante) para um animal menor (gato, gafanhoto).


R: O tamanho não é o principal parâmetro em que se baseiam os Espíritos para proceder à reencarnação, mas sim o grau de evolução em que se encontram. No entanto, na maioria das vezes a evolução determina aos Espíritos encarnados na fase animal que recebam corpos mais elaborados e complexos e, consequentemente, maiores. Os insetos, que são animais pequenos, estão em fases anteriores, em que necessitam permanecer em grupos nos quais recebem tratamenntos coletivos padronizados para reencarnarem (referência aos “corpos coletivos”). Mas o tamanho pode ter alguma influência, pois o tempo necessário para a miniaturização do perispírito dos animais de maior tamanho pode ser mais demorado do que a de um menor. Quanto maior o número de células espirituais do corpo espiritual, que precisam se contrair e se fundir umas às outras, tanto maior será o tempo necessário; em inseto, por exemplo, que não possui grande individualidade, cujo retorno ao mundo físico é preparado de modo coletivo, retorna em questão de segundos para cá. Animais maiores, mais evoluídos e com necessidades individuais, precisam de mais tempo e se demoram mais na outra dimensão. Basicamente o tempo e as diferenças nas preparações pré-reencarnatórias estão em função do tamanho e da individualidade dos processos.



P: No livro Todos os Animais Merecem o Céu, você cita que os animais ao serem tratados para reencarnarem, se miniaturizam-se até ter a forma de mórula. O que significa isso?


R: Mórula é o nome que se dá a uma das fases de desenvolvimento do embrião em que ele adquire a forma de uma amora. Por ser microscópico é chamado de mórula, que significa pequena amora. Assim que o espermatozóide se encontra com o óvulo, uma série de divisões celulares começam a acontecer e o óvulo fecundado começa a se segmentar e se divide inicialmente em duas partes, depois em quatro, depois em oito, em dezesseis, trinta e dois e assim por diante, à medida que o embrião se desenvolve e começa a ganhar formas mais definidas de um feto. Conforme seu desenvolvimento continua, este começa a se tornar maior e mais parecido com o que se tornará quando nascer (um animal de uma determinada espécie) e por fim o nascimento. Depois de nascido, o desenvolvimento físico continua até se tornar adulto. Se hipoteticamente vier a falecer nesta fase, o seu espírito se desligará do corpo físico e retornará ao mundo espiritual levando consigo o corpo espiritual, que possui as células perispirituais idênticas às do corpo físico. Uma vez na outra dimensão, o animal é levado aos locais onde será preparado para a reencarnação. Em uma das câmaras, o corpo perispiritual começa a se contrair-se e as células começam a se fundir-se, tornando-se compactadas. Fundem-se até adquirirem a aparência de um embrião em estágio inicial de formação, ou seja, em forma de mórula. Neste ponto cessa a preparação para o reencarne, pois é o momento em que o espírito em forma de mórula é implantado no corpo materno para iniciar seu desenvolvimento embrionário e se tornar feto e nascer novamente no mundo físico.


(Respostas por Marcel Benedeti - Do site Comunidade Espírita)

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“A reencarnação é uma necessidade para a vida espírita como a morte é uma necessidade para a vida corporal.” (Allan Kardec)

"A reencarnação não é, pois, um castigo ao espírito, mas um meio de progredir" (Espírito da Verdade)