O Espiritismo não adota qualquer talismã ou amuleto, porque
levam as pessoas a buscar segurança em coisas materiais e exteriores, em vez de
se firmar na fé espiritual, em Deus, em si mesma, na ação dos bons espíritos e nas leis divinas que regem harmoniosamente
a vida universal.
Conta-se que um certo homem, viajante comercial,
sempre levava consigo uma medalhinha com a foto do seu santo predileto. Dizia
que lhe dava proteção. Um dia, sofreu um acidente e morreu. A esposa notou que
no dia do acidente, seu marido esqueceu o amuleto. A família passou a comentar
o assunto: “VIU?! FULANO ESQUECEU A MEDALHINHA DE SEU PROTETOR, POR ISSO
ACONTECEU O ACIDENTE.” Perguntemos: Então o protetor era vingativo? Imaginemos
o protetor dizendo: “FULANO ESQUECEU MINHA FOTO, HOJE NÃO O PROTEGEREI.”
Incoerente, não é?
Poderemos contar outra história, a de uma senhora
que estava muito doente e que lhe deram um crucifixo com a informação de que o
colocando junto ao leito seria beneficiada com a cura. Ela então, seguiu a
orientação e recuperou-se. Alguém perguntará: “O QUE CUROU A MULHER?” Nem
medalhas nem crucifixo operam milagre ou possuem poderes mágicos. Mas,
acreditando nele, a paciente realizou o prodígio de reagir à doença. Não
encontramos no Evangelho Jesus dizendo: “O TEU AMULETO TE CUROU”, Ele dizia: “A
TUA FÉ TE CUROU.”
Muitos procuram benzer o carro novo com o intuito
de buscar proteção. Mas se acreditasse na eficácia do benzimento não colocaria
alarme e pagaria seguro do mesmo. Pois no fundo sabemos que nenhum espírito ou
santo irá vigiar nosso carro.
Há uma tendência profundamente arraigada em todas
as culturas de atribuir poderes mágicos a objetos e palavras cabalísticas, com
o propósito de atrair ou afastar forças espirituais.
Infelizmente, muitos Centros Espíritas,
descuidando-se do estudo, enveredam por caminhos mágicos sustentados por velhas
superstições.
Há os que recomendam a aplicação de defumações no
lar, com o objetivo de afastar os maus espíritos. Talvez afugente pernilongo,
mas quanto aos invasores invisíveis, não há nenhuma repercussão. A fumaceira só
servirá para informar os espíritos que naquela casa há gente supersticiosa,
facilmente influenciável.
Muitos recomendam também, o banho de “defesa”. O
banho é saudável, revigorante, relaxante e pode apresentar resultados
terapêuticos. Mas os benefícios param por aí. A única defesa que proporcionará
será contra certas doenças de pele e cheiro desagradável. Não existe couraça
invisível erguida por qualquer tipo de banho.
Uma observação: Se acreditarmos com convicção que
defumações, banhos de defesa, cruzes e semelhantes são recursos mágicos que nos
protegem, estaremos potencializando forças da alma (A FÉ) que talvez nos
resguardem.
Vejamos um outro cuidado indispensável: Não façamos
do livro espírita um amuleto que devemos ler de vez em quando, com o desejo de
neutralizar influências más. Livro fechado, conhecimento aprisionado. De nada
nos servirão os livros espíritas se não os consultarmos com regularidade como
quem procura um alimento.
Assim cultivaremos a divina magia do saber, que nos
libertará de temores e superstições, como ensinava Jesus. Sem esquecermos a
recomendação do “orai e vigiai.”
O QUE É ORAR? Orar é comunicar-se com o plano
espiritual superior, estabelecer ligação com ele. Para orar, não basta mover os
lábios, produzir sons, repetir cansativamente orações prontas. A qualidade não
está na quantidade, mas na qualidade da prece. É preciso elevar pensamentos e
sentimentos, com toda convicção e fervor. Então, a oração alcança a fonte das
bênçãos divinas, trazendo-nos em resposta o benefício necessário e possível
para a nossa sustentação na senda evolutiva.
O QUE É VIGIAR? É estar alerta, vigilantes, atentos
à própria vida, em relação a tudo e a todos. Observando e analisando, do ponto
de vista espírita, no entendimento cristão, os pensamentos, sentimentos,
palavras e atos, tanto os nossos (principalmente) como também os dos outros
(encarnados e desencarnados) que nos servirão de alerta. "Para não cairdes
em tentação", explica Jesus. Ou seja, para não ceder à instigação ou ao
estímulo para o que for mau. Não é para conhecer e criticar nem para temer ou
agredir, mas para procurar evitar o erro ou corrigi-lo. Vigiemos, pois: A nós
mesmos: Para não ensejarmos sintonia mental ou afinidade fluídica com os
espíritos inferiores, encarnados ou não. A tudo com que estivermos
relacionados, para corrigir o que estiver errado e desenvolver e aperfeiçoar o
que estiver certo, em favor de todos. Vigiemos e oremos, constantemente, porque
a oração e a vigilância asseguram a nossa integridade e o nosso bem-estar, do
corpo e da alma.
No O Livro dos Médiuns, 2ª parte, cap. XXV, item
282-17ª diz: “(...) A VIRTUDE DOS TALISMÃS, DE QUALQUER NATUREZA QUE SEJAM, NÃO
EXISTEM SENÃO NA IMAGINAÇÃO DAS PESSOAS CRÉDULAS.” Raciocinemos o seguinte: “Se
os talismãs e amuletos nos protegessem, nós não nos esforçaríamos para vigiar
nossos atos a pensamentos.”
Queremos finalizar dizendo que, nós espíritas não
somos contra quem usa e acredita nessa proteção. Apenas mostramos aqui o que e
porque nós espíritas pensamos e acreditamos sobre o assunto.
FONTE: ESPÍRITOS KARDEC
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