segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

A IGNORANCIA EM TORNO DO ESPIRITISMO, BEM COMO EM TORNO DA VIDA “PÓS-MORTE”



Hoje, 21/01, é Dia Nacional de combate à intolerância religiosa, bem como Dia Mundial da Religião. Religião não rima com intolerância, religião é liberdade, amor, respeito e não pode haver briga em nome de Deus. A real finalidade das religiões é de conduzir o ser a Deus. Portanto, a religião que não torna o homem melhor, não atinge seu objetivo. Vivamos todos em paz e que Deus esteja conosco hoje, amanhã e sempre...



Em Eclesiastes, no Antigo Testamento, podemos encontrar as seguintes passagens que os protestantes, em geral, muitas vezes usam para detratar o Espiritismo: "Com efeito, os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem mais nada; para eles não há mais recompensa, porque sua lembrança está esquecida" (Ecl. 9:5) e ainda "Tudo que tua mão encontra para fazer, faze-o com todas as tuas faculdades, pois que na região dos mortos, para onde vais, não há mais trabalho, nem ciência, nem inteligência, nem sabedoria" (Ecl. 9:10). Há ainda a passagem de Hebreus 9:27: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo.” Há outra em Isaías 26:14: "Mortos não tornarão a viver, sombras não ressuscitam..."

Respeitamos a Bíbia, porém, com todo respeito, ela é um livro de controvérsias. Pois, ao abrirmos no Evangelho de Lucas, cap. 20, vv. 38, encontramos: “Deus não é Pai de mortos, mas de vivos”. Vemos então que “os mortos não morrem”, como sempre assevera o diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, Paiva Netto.

Quanto a Hebreus 9:27, não há nada de errado com o que Paulo de Tarso disse. De fato, a vida é única e morre-se uma vez só, pois, as existências físicas é que são várias e, a cada encarnação, morremos apenas uma vez. O que contradiz com os “milagres” feitos pelo Cristo, pois, haveria 3 problemas: Primeiro: Jesus ressuscitou Lázaro. Este, então,teve duas mortes? Segundo: Se Lázaro estava morto há dias, e o juízo vem após a morte, não teria sido ele julgado por Jesus ou Deus? Será que ele teve permissão de voltar do céu ou do inferno? Terceiro: Afinal, em que ocasião seremos julgados?

Em Eclesiastes 9:10, onde afirma-se que para onde os mortos vão, isto é, para debaixo da terra, nada há, está totalmente correto. Pois, para onde o nosso corpo, a nossa vestimenta e instrumento de trabalho vai, que é, repito, para 7 palmos debaixo da terra, nada há. Porém, a alma, que sobrevive ao fenômeno da morte, vai para o mundo espiritual, onde colherá o que plantou quando “vivo”.

Nossos irmãos protestantes afirmam que, após a morte, a alma adormece até o retorno do Cristo Salvador, onde ele fará a separação do joio do trigo arrebatando as almas bondosas para o Reino dos Céus e as más para a danação eterna. Ou seja, para os protestantes a vida espiritual é inativa. Portanto, para eles, supostas manifestações espirituais são manifestação do demônio, o que para nós espíritas não é verdade.

Bastar analisarmos a proibição de Moisés quanto a “evocação dos espíritos”. Vejamos que ele se refere a espíritos, e não a demônios. Ou seja, já que ele proibiu a comunicação com os mortos, é óbvio que elas eram e são possíveis. Ora, ninguém proíbe algo que é impossível de ser realizado, o que comprova que Moisés sabia da possibilidade de comunicação com os Espíritos, já que, afinal, por questões óbvias, só se proíbe aquilo que é possível ser praticado. A comunicação com entidades espirituais opera-se na Terra desde há milênios. Povos antigos comunicavam-se com os espíritos e até mesmo na Bíblia podemos constatar a “pneumatografia” dos Dez Mandamentos, a materialização dos espíritos do profeta Elias e de Moisés no Monte Tabor, o diálogo entre Saul e o Espírito Samuel, estabelecido pelo fenômeno da psicofonia, entre outros.

Enfim, a Bíblia está repleta de fenômenos espíritas.

Para os nossos irmãos católicos, apenas as almas dos santos podem interceder a nosso favor, o que é um equívoco. Ora, somente pelo fato de essas almas quando na Terra terem sido da religião católica e considerados santos apenas eles podem se comunicar e interceder por nós? De forma alguma, caso contrário, seriam todos burocratas do mundo espiritual. Espíritos de toda e qualquer natureza, tendo sido bons ou maus quando vivos podem entrar em contato conosco. Espíritos da natureza, mentores espirituais, guias, orixás, caboclos, oxossis... Deus age através dos espíritos, que são as vozes do céu e seus emissários, e de suas leis sábias e harmoniosas que regem todo o Universo.

Equivocam-se também os religiosos que afirmam que o Espiritismo é condenável por Deus e pela Bíblia. Ora, a Bíblia foi escrita há milhares de anos e o Espiritismo surgiu apenas no século XIX e é o Consolador prometido por Jesus e enviado por Deus, conforme vemos no Evangelho de São João, cap. XIV, vv. 15, 16, 17 e 26.

Temos que levar em consideração o fato de a Bíblia ser um livro antiquíssimo e, com isso, muitas coisas terem sido modificadas por meio das traduções de geração após geração, daí, muitas coisas presentes na bíblia contradizerem com outras coisas também presentes.

Gostaria de esclarecer que a proibição de Moisés não é mais justificável nos dias de hoje. Naquela época, a prática da comunicação com os espíritos era bastante abusiva e que tinha por fins a adivinhação, a magia, o sortilégio, entre outros, o que é condenável por Deus e pela Doutrina Espírita. As comunicações feitas por nós espíritas tem fim exclusivamente moral, consolador e religioso.

Infelizmente, a ignorância, em torno do espiritismo, ainda é muito grande por parte daqueles que não a conhecem em sua essência. Mas, daqui a um certo tempo, “haverá um só rebanho e um só pastor”. Sendo assim, Jesus anuncia claramente que os homens um dia se unirão por uma crença única. Que Jesus esteja conosco.

Daniel Pires.


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