Amados irmãos,
Segue a mensagem do
irmão Pedro Valiati acerca do Natal. Desde já, desejo a todos um feliz Natal! Que
Jesus esteja presente no coração de cada um de vocês!
Do ponto de vista dos evangelhos, o Natal marca o nascimento
do Cristo. Pelo pouco que aprendi do novo testamento, pude perceber que toda
passagem do mesmo tem um sentido, uma mensagem por vezes bem profunda. No Natal
não é diferente, entendamos a história do nascimento do Cristo.
Em Lucas 1:26-38 temos o anjo Gabriel, o qual aparece a uma
jovem, Maria, ainda no inicio de sua adolescência, dizendo que ela daria a luz
a um filho, e que esse seria o filho de Deus e chamaria Jesus. A jovem Maria
não titubeou em dizer faça-se em mim a vontade do Senhor. Essa é a primeira
lição, o aceite imediato e incondicional da missão, nada fácil, diga-se de passagem,
reservada por Deus. No entanto, Maria não apenas a aceitou, mas a cumpriu, eis
o seu mérito. Saber aceitar e cumprir à risca a nossa programação espiritual,
ainda traçada no plano espiritual, é feito realizado por poucos. Mesmo que
tenhamos dificuldades na realização das nossas tarefas, tal como Maria o teve,
vide Mateus 12:46-50, é necessário nunca desistir, aprender com as “pedras do
caminho”, as quais sempre existirão. Henry Ford dizia que “existem mais
desistentes do que fracassados”. A lição dada pelo comprometimento de Maria com
a própria missão serve para todos, especialmente aos pais, mães, filhos e também
para os trabalhadores da Seara.
Continuando, conta o evangelho em Mateus 2:13, que o rei
Herodes, por sua condição materialista, não queria perder o poder temporário,
porem, as profecias apontavam que naquela época nasceria o Rei dos Reis. A
solução encontrada por Herodes para evitar o nascimento do Cristo todos
conhecemos; o fato é que era um rei e seus soldados contra um marceneiro e sua
esposa grávida. Quais as chances de José e Maria? Essa é a segunda lição da
passagem natalina: A fé na providencia e intercessão divina quando estamos na
realização da nossa missão, acreditar que a vontade de Deus está acima da
vontade do homem, independente do grau de poder do mesmo. Lembremos dessa
passagem quando acharmos que nossa vida não tem sentido e que não teremos
chaves diante e uma dificuldade, física, moral, profissional ou familiar.
Acreditemos que a vontade de Deus está acima. Façamos a nossa parte e deixemos
a Deus o desfecho. Tal como José e Maria.
Bem, após isso, José e Maria seguiram a Estrela de Davi, a
qual os guiou. Nós temos uma “Estrela de Davi”, pode ser que esteja na forma de
um parente, amigo, porem certamente na forma de um anjo guardião, ou mentor
espiritual. Estes tem por missão nos orientar em nossos momentos de
dificuldade, e ficam felizes quando obtem sucesso; no entanto é necessário que
estejamos dispostos a escutar-lhe as orientações em forma de inspiração ou
durante o sono.
Finalmente, José e Maria chegaram a uma caverna, onde dentro
encontrava-se uma mangedoura, a qual serviu de berço para o Cristo. Essa, na
minha opinião, é a maior lição da passagem evangélica natalina, a qual vem
contrastar com o “Natal dos presentes, comes e bebes”, os quais temos
presenciados. É natural e necessário que queiramos demonstrar apreço e amor
pelos nosso entes queridos, e um presente é certamente a forma de fazê-lo. É
importante confraternizar com nossa família e amigos; tais encontros fortalecem
laços. Porem o que temos presenciado é o exagero e a banalização do sentimento
natalino. Um presente jamais irá transferir suficiente sentimento, ou suprir
responsabilidades. A passagem do Cristo na mangedoura nos mostra a diferença do
necessário e do supérfluo para o cumprimento da nossa missão. O Cristo mostrou
que por mais difícil que fosse a própria missão, Ele não necessitava de um
berço. Que por mais importante que Lhe fosse a passagem, Ele não precisou de
estalagem para nascer. Que por mais importante que fosse a condição de Mestre e
os ensinamentos os quais deveria passar, ele não necessitava de títulos,
reverencias ou poder temporal. O que realmente importa ou necessitamos para
cumprirmos a nossa missão? Qual o exemplo e os valores que temos dado aos
nossos filhos para que os mesmos cumpram a respectiva missão? Nesses temos de
Natal reflitamos acerca da mensagem que o Cristo nos passou e tentemos
analisá-la relacionando tal mensagem com a nossas vidas. O nosso Chico dizia:
“Sabemos que precisamos de certos recursos, mas o Senhor não nos ensinou a
pedir o pão, mais dois carros, mais um avião... Não precisamos de tanta coisa
para colocar tanta carga em cima de nós. Podemos ser chamados hoje à vida
espiritual... Tudo que criamos para nós, de que não temos necessidade, se
transforma em angustia e depressão...”
Mesmo com todas essas lições ainda temos pessoas que
associam o Natal a tristeza e solidão em vez de animo e esperança. Não faltam
os que dizem que o Natal é a época mais triste do ano. O que acontece é que só
descobrimos nossas tristezas quando somos o “contraste”. Na verdade tais
pessoas são solitárias o ano todo, constroem suas vidas em cima do passageiro;
uma carreira profissional, um titulo, dinheiro etc. E quando chega uma época
onde grande parte da população olha para o próximo, um amigo ou um parente,
esses só conseguem olhar para si mesmos, e verem o contraste, o diferente. A
felicidade estampada nas luzes das casas, na reunião da família para a
preparação da ceia e na celebração da mesma se contrasta com a distancia e o
vazio emotivo que construíram para si mesmos. O sentimento natalino é um dos
termômetros de como anda a nossa missão na Terra. Se não conseguimos
confraterniza com nossa família, ou se a temos como pessoas tão distantes e
repulsivas, que a idéia de associar momentos felizes a elas não nos alcança,
talvez seja a hora de trabalhar o perdão, a tolerância e de refletirmos do
porque de termo nascido naquela família senão para a aproximação e renovação de
sentimentos. Se não temos uma família, o convívio com amigos se torna uma
alternativa quando estamos abertos aos bons sentimentos; não seremos o
contraste mesmo diante dos que não nos repartem o mesmo sangue. No entanto, se
nos encontramos em situação de abandono sentimental, onde nem mesmo os “amigos”
nos acolhem, nesses casos devemos lembrar que uma antiga frase, da qual confesso
que desconheço o autor, e que diz: “ninguém é tão pobre que não possa doar algo
de si.” O nosso Chico certa vez atendeu um jovem adulto, o qual lhe dizia ter
muito sucesso na vida sem necessitar de subterfúgios ilegais, uma esposa
maravilhosa a qual amava e uma filhinha linda e saudável; no entanto confessava
não ter ainda encontrado a felicidade. O Chico, sábio e amoroso como sempre,
lhe retorna com um sorriso na face, dizendo que o que lhe faltava era sentir a
felicidade do próximo.
Pessoas precisando de um auxilio existem aos montes, doentes
em hospitais não faltam, crianças em creches esperam ansiosamente por um
pequeno brinquedo, um afago, uma companhia numa celebração dessas como
esquecimento, mesmo que temporário, de uma realidade provacional difícil à qual
foi submetida. Ser parte desse esquecimento ou das boas lembranças desses
pequenos nos fará igualmente as fibras da felicidade vibrarem em nosso peito.
Idosos abandonados se amontoam nos asilos aguardando a mínima atenção, mesmo
que de um desconhecido. No Natal, e até mesmo parafraseando Divaldo Franco, só
seremos solitários se não soubermos ser solidários. Pensamos em perda de tempo
atendendo aqueles que nada podem nos acrescentar, nos doar. Mas na verdade
quando o cristo falou desses irmão carentes se referindo a eles como os pobres
e os estopiados, como pessoas que nada poderiam nos oferecer, o Cristo disse
aprnas da necessidade desses irmão, porem deixou que nós descobríssemos
sozinhos que nestes atendimentos e assistências o maior beneficiado seríamos
nós mesmos. O prazer de nos sentirmos úteis, de verdadeiramente beneficiarmos
alguém de forma desinteressada, de vermos e sermos o veículo da felicidade e
esperança alheia, mesmo que passageira, nos tira o tal contraste. Se achamos o
Natal sem graça e sem sentido, é por que nós não buscamos o sentido natalino
para as nossas vidas. Um Feliz Natal nos traz a sintonia com o ensinamento
Cristão.
Um Feliz Natal a todos! Muita saúde e paz! E que tenhamos um
Ano Novo repleto de conquistas e sucessos, especialmente morais!
POR: PEDRO VALIATI