1. Introdução
Inúmeros irmãos sofrem com o afloramento
descontrolado da mediunidade, longe de ser uma doença ou um castigo, ela é uma
jóia em estado bruto, que tanto pode ser lapidada para brilhar em resplendor
quanto inutilizada, tornando-se um enfeite sem valor, um peso a ser carregado
durante toda a vida.
Esse artigo é o primeiro de uma série que busca
falar um pouco mais sobre a mediunidade, aqui você não encontrará respostas,
somente conselhos e explicações para entender o que deve fazer, pois o controle
da mediunidade e seu entendimento é tarefa pessoal e intransferível, só podendo
ser alcançado após estudo, prática e perseverança.
Ninguém melhor que Chico Xavier para finalizar a
introdução com um trecho retirado do livro Seara dos Médiuns.
"Considerando-se a força mediúnica como
recurso inerente à personalidade humana, de vez que, dentro de grau menor ou
maior, transparece de todas as criaturas, comparemo-la à visão comum.
Efetuado o confronto, reconheceremos que, em
essência, os olhos de um analfabeto, de um preguiçoso, de um malfeitor e de um
missionário do bem não exibem qualquer diferença na histologia da retina.
Em todos eles, a mesma estrutura e a mesma
destinação.
Imaginemos fosse concedida, aos quatro, determinada
máquina com vistas à produção de certos benefícios, acompanhada de respectivas
carta de instruções para o necessário aproveitamento.
O analfabeto teria, debalde, o aparelho, por
desconhecer como deletrear o processo de utilização.
O preguiçoso conheceria o engenho, mas deixá-lo-ia
na poeira da inércia.
O malfeitor aproveitá-lo-ia para explorar os
semelhantes ou perpetrar algum crime.
O missionário do bem, contudo, guarda-lo-ia sob a
sua responsabilidade, orientando-lhe o funcionamento na utilidade geral.
Força medianímica, desse modo, quanto acontece à
capacidade visual, é dom que a vida outorga a todos.
O que difere, em cada pessoa, é o problema de rumo.
Nisso reside a razão pela qual os Mensageiros
Divinos insistirão, ainda por muito tempo, pela sublimação das energias
psíquicas, a fim de que os frutos do bem se multipliquem por toda a Terra.
Não valem médiuns que apenas produzam fenômenos.
Não valem fenômenos que apenas estabeleçam
convicções.
Não valem convicções que criem apenas palavras.
Não valem palavras que apenas articulem pensamentos
vazios.
A vida e o tempo exigem trabalho e melhoria,
progresso e aprimoramento.
Mediunidade, assim, tanto quanto a visão física,
representa, do ponto de vista moral, força neutra em si própria.
A importância e a significação que possa adquirir
dependem da orientação que se lhe dê.
Por isso mesmo, os amigos desencarnados, sempre que
responsáveis e conscientes dos próprios deveres diante das Leis Divinas,
estarão entre os homens exortando-os à bondade e ao serviço, ao estudo e ao
discernimento, porquanto a força mediúnica, em verdade, não ajuda e nem edifica
quando esteja distante da caridade e ausente da educação."
2. Mediunidade e Médiuns
A definição abaixo foi retirada do Livro dos Médiuns.
"Todo aquele que sente, num grau qualquer, a
influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao
homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras
são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que
todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam
aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz
por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma
organização mais ou menos sensitiva. E de notar-se, além disso, que essa
faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente,
os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela ordem,
donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de
manifestações."
Dois conceitos muito importantes podem ser
extraídos das palavras de Allan Kardec:
O primeiro informa que TODOS são médiuns e recebem
conscientes ou não a sua influência.
O segundo fala sobre a REVELAÇÃO da mediunidade,
que ocorre de forma diferente em cada médium, envolvendo fatores como tipo de
aptidão mediúnica, compromissos e dedicação.
2.1 Todos São Médiuns
Entendamos melhor a quem chamamos por médiuns.
Chamamos por médium a pessoa que tem a sensibilidade espiritual aflorada, seja
ela descontrolada, em aprimoramento, desenvolvida ou completamente sob controle
(mais raro, somente espíritos evoluídos).
Essa distinção de forma alguma elimina a
sensibilidade e o contato espiritual que todos os homens, mulheres e crianças
possuem. Todos recebem influências benéficas ou não, sejam de espíritos
bondosos ou trevosos.
A principal diferença entre a pessoa comum e o
médium é que este último sente de forma mais intensa o contato espiritual,
podendo até se ligar ao espírito para que ele se comunique (psicofonia, também
conhecida como incorporação).
Se o médium optar por aprimorar a sua sensibilidade
ele aprenderá a controlá-la, utilizando-a em benefício do próximo e não mais
sofrendo os incômodos normais que ocorrem no seu desabrochar.
Podemos comparar o médium ao homem que tem
sensibilidade musical e decide estudar música, com o tempo ele desenvolve e
aprimora sua faculdade, que já existia latente de nascença, mas que precisou de
aprimoramento e esforço para se tornar útil.
Além do contato com outros espíritos, também
recebemos as próprias vibrações de nossos veículos superiores, que trazem
mensagens, estímulos, pensamentos, emoções, intuições e desejos de nosso
"Eu Superior", que também é conhecido como “Centelha Divina” ou
“Individualidade”.
A mediunidade independe de religião e muitos
encarnados não acreditam ou não a aceitam, porém, pelo seu elevado grau de
moralidade e pureza atraem a companhia de espíritos puros, que os inspiram e
auxiliam através de sua intuição ou de sua mediunidade. Tudo depende da tarefa
de cada um, os espíritos podem se servir de pessoas com elevada vibração, que
captam seus pensamentos para ajudar o próximo, não sendo essa pessoa
necessariamente um médium de uma casa espírita.
André Luiz resume o assunto no trecho abaixo,
retirado do livro Missionários da Luz:
"Sem titubear, Alexandre explicou:
-Aqui, André, observa você o trabalho simples da
transmissão mental e não pode esquecer que o intercâmbio do pensamento é
movimento livre no Universo. Desencarnados e encarnados, em todos os setores de
atividade terrestre, vivem na mais ampla permuta de idéias. Cada mente é um
verdadeiro mundo de emissão e recepção e cada qual atrai os que se lhe
assemelham. Os tristes agradam aos tristes, os ignorantes se reúnem, os
criminosos comungam na mesma esfera, os bons estabelecem laços recíprocos de
trabalho e realização. Aqui temos o fenômeno intuitivo, que, com maior ou menor
intensidade, é comum a todas as criaturas, não só no plano construtivo, mas
também no círculo de expressões menos elevadas. Temos, sob nossos olhos, uma
velha irmã e seu filho maior completamente ambientados na exploração inferior
de amigos desencarnados, presas de ignorância e enfermidade, estabelecendo
perfeito comércio de vibrações inferiores. Falam sob a determinação direta dos
vampiros infelizes, transformados em hóspedes efetivos do continente de suas
possibilidades fisicopsíquicas. Permanece também sob nossa análise uma jovem
que, presentemente, atingiu dezesseis anos de nova existência terrestre. Suas
disposições, contudo, são bastante diversas. Ela consegue receber nossos
pensamentos e traduzi-los em linguagem edificante. Não está propriamente em
serviço técnico da mediunidade, mas no abençoado trabalho de espiritualização.
E indicando a mocinha, cercada de maravilhoso halo
de luz, acrescentou:
-Conserva, ainda, o seu vaso orgânico na mesma
pureza com que o recebeu dos benfeitores que lhe prepararam a presente
reencarnação. Ainda não foi conduzida ao plano de emoções mais fortes, e as
suas possibilidades de recepção, no domínio intuitivo, conservam-se claras e
maleáveis. Suas células ainda se encontram absolutamente livres de influências
tóxicas; seus órgãos vocais, por enquanto, não foram viciados pela maledicência,
pela revolta, pela hipocrisia; seus centros de sensibilidade não sofreram
desvios, até agora; seu sistema nervoso goza de harmonia invejável, e o seu
coração, envolvido em bons sentimentos, comunga com a beleza das verdades
eternas, através da crença sincera e consoladora. E, além disso, não tendo
débitos muito graves do pretérito, condição que a isenta do contacto com as
entidades perversas que se movimentam na sombra, pode refletir com exatidão os
nossos pensamentos mais íntimos. Vivendo muito mais pelo espírito, nas atuais
condições em que se encontra, basta a permuta magnética para que nos traduza as
idéias essenciais.
-Isto significa -perguntei -que esta jovem é
bastante pura e que continuará com semelhantes facilidades, em toda a
existência?
Alexandre sorriu e observou:
-Não tanto. Ela ainda conserva os benefícios que
trouxe do plano espiritual e as cartas da felicidade ainda permanecem nas suas
mãos para extrair as melhores vantagens no jogo da vida, mas dependerá dela o
ganhar ou perder, futuramente. A consciência é livre.
-Então -continuei perguntando -não seria difícil
prepararem-se todas as criaturas para receberem a influenciação superior?
-De modo algum -esclareceu ele -todas as almas
retas, dentro do espírito de serviço e de equilíbrio, podem comungar
perfeitamente com os mensageiros divinos e receber-lhes os programas de
trabalho e iluminação, independentemente da técnica do mediunismo que,
presentemente, se desenvolve no mundo. Não há privilegiado na Criação. Existem,
sim, os trabalhadores fiéis, compensados com justiça, seja onde for."
2.2 Como Descobrir se Alguém é Médium
Não existem indícios físicos que possam revelar a
mediunidade, contudo, alguns médiuns podem ter sua saúde agravada pela
mediunidade descontrolada, porém, de forma alguma podemos criar uma regra para
estereotipar um médium.
O Corpo Etérico ou Duplo Etérico, composto pelos
quatro sub-planos mais sutis do plano físico podem indicar a mediunidade,
porém, somente médiuns clarividentes conseguem acessar esse plano.
Ramatís fala no livro "Elucidações do
Além" que o Duplo Etérico de um médium é inclinado, permitindo o acesso
mais fácil ao plano espiritual. Não conseguimos encontrar outra referência a
esse tema, contudo, é possível que isso ocorra, mas acredito que essa inclinação
esteja vinculada a determinados tipos de mediunidade, principalmente as que
demandam doação de ectoplasma por parte do médium.
Mas vamos ao assunto principal deste tópico - Como
descobrir se você é médium??
A mediunidade não aparece de repente, ela vai se
manifestando durante um bom tempo de forma suave (na maioria dos casos) e vai
se tornando intensa até o ponto em que a pessoa tem que assumir que possui
algum tipo de sensibilidade, que não consegue explicar, mas que é extremamente
real para ela.
Não temos como criar regras, contudo, podemos dar
algumas dicas para avaliar o que está sentindo:
• Procure não sentir medo das sensações que tem,
essa é a pior coisa a se fazer. Comece a observar a periodicidade, intensidade
e como acontece cada sensação.
• Seja imparcial, ser médium não é sinônimo de
salvação ou perdição, é um caminho a ser trilhado, por isso não fique
procurando sentir as “coisas”, se você for médium as sensações se repetirão.
Tentar forçá-las é tão ruim ou pior do que ter medo, porque você pode atrair
espíritos zombeteiros e brincalhões.
• Ver um espírito não é sinônimo de ser médium.
Como o próprio Allan Kardec informa no Livro dos Médiuns, a regularidade e
repetição do fenômeno indicam a mediunidade.
Existem casos de espíritos recém-mortos que fazem
questão de se despedir dos que lhe foram caros e por isso podem aparecer para
dar o último adeus. Esse acontecimento não indica que o espírito encarnado
recebeu uma hipersenbilização para poder entrar em contato com o plano espiritual.
• Não se preocupe inicialmente em desenvolver a
mediunidade, busque estudar, conhecer, freqüentar algum centro, deixe que
naturalmente as coisas aconteçam.
• Não procure lugares que "Libertam sua
Mediunidade" ou que fazem exercícios ou passes para "Despertar a
Mediunidade". A mediunidade aparece naturalmente e está latente no
espírito que possui o compromisso de exercê-la.
Na hora certa ela aparecerá e como o próprio Allan
Kardec informa no Livro dos Méiduns, ela deve se desenvolver naturalmente através
do equilíbrio e burilamento do médium.
Se você está lendo esse artigo porque está
preocupado ou por que sente uns "troços", umas "coisas" que
não consegue explicar e que deixam você extremamente apavorado, então você é um
bom candidato a ser médium.
Quando chega a hora da mediunidade
"aflorar" ela aparece e não pode ser negada pelo médium, embora
alguns façam um esforço enorme para se enganar. No próximo tópico falaremos
mais sobre o afloramento da mediunidade.
3. O Despertamento da Mediunidade
Sem dúvida nenhuma o despertar da mediunidade é uma
etapa marcante na vida de qualquer médium, a grande maioria não aceita as
sensações que percebe, alguns levam meses, a maioria anos e outros terminam sua
vida sem aceitar sua sensibilidade mediúnica.
Quanto mais força se faz para controlar a
mediunidade, ou melhor dizendo, para abafá-la, mais doloroso é o seu
despertamento. Alguns "fingem", mentindo para si mesmo e afirmando
copiosamente que não sentem "aquelas coisas". Os motivos que levam o
médium a fazer isso são geralmente medo, ansiedade, teimosia ou vergonha.
Segundo Allan Kardec não existem indícios físicos
que diferenciem uma pessoa com sensibilidade mediúnica de outra que não a
possui em grau avançado, por isso, diferente do que muitos filmes e revistas
afirmam, o médium não é aquela pessoa velha, desfigurada ou caolha, os médiuns
são pessoas com aparências e hábitos normais.
Atualmente os médiuns que trabalham em Templos de
Umbanda ou Centros Espíritas são pessoas de nossa família ou de nosso ambiente
profissional. Ser médium não é ser anormal ou diferente, é ter uma aptidão a
ser desenvolvida e dedicada ao próximo.
Quando penso na mediunidade, seu despertamento,
aprimoramento, utilização em favor do próximo e continuidade do trabalho me
lembro da história que ouvi das tartarugas.
As tartarugas filhotes tem que "quebrar"
o ovo que as prende, SOZINHAS. Isso deve ocorrer à noite, no escuro, senão
serão alvos fáceis para os predadores, pois seus cascos ainda não as protegem.
Elas acabam de nascer e devem caminhar para um foco de luz que desconhecem (o
mar é sempre a parte mais clara, é o lugar que estarão a salvo). Elas devem
correr, porque se não chegarem até a água antes do amanhecer serão café da
manhã para seus predadores. Ao chegarem na água elas se tornam mais ágeis,
porém, ainda são alvo de inúmeros predadores. Por isso são muito poucas
tartarugas que sobrevivem.
No entanto, crescendo elas se tornam belas
criaturas, protegidas por um casco duríssimo, ficam enormes.
Bom, voltando para a mediunidade...
Como foi dito por Allan Kardec a manifestação
inicial da mediunidade pode ocorrer de várias formas, de acordo com a aptidão
do médium e seu compromisso.
Vou explorar alguns aspectos sobre o despertar da
mediunidade.
3.1 Idade
Não existe idade para o afloramento da mediunidade,
mas é claro que um bebê não poderá se ligar a um espírito e começar a falar,
algumas etapas deverão ser alcançadas para que ocorra a ligação espiritual.
Também devemos ter cuidado para não achar que uma
criança é médium antes dos sete anos, já que nesse período ela está se
ajustando ao mundo físico, sendo por isso mais fácil o contato com espíritos
desencarnados.
Em vários livros vemos exemplos de espíritos que se
aproximam de crianças para influenciá-las a fazer uma prece ou levantar algum
assunto importante. Pela sua pureza, inocência e por ainda não estarem
completamente ligadas ao plano físico elas são muitas vezes o canal mais
receptivo para influencias espirituais.
Porém existem crianças que desde cedo mantém um
contato "mais intenso" com o mundo espiritual, tendo visões,
conversando e até brincando com crianças desencarnadas.
O desabrochar da mediunidade pode ocorrer em
qualquer idade, criança, jovem, adulto e até pessoas mais velhas.
Não acredito ser uma boa opção o aprimoramento
mediúnico para crianças e jovens, na minha humilde opinião elas devem ser
preparadas através de estudos espiritualistas e principalmente do Evangelho,
para quando se tornarem mais velhas possuírem uma base sólida para a execução
de sua tarefa. Muitos podem achar que o afloramento prematuro indica início de
trabalho prematuro, porém isso também pode indicar INICIO DE ESTUDO E
PREPARAÇÃO PREMATURO.
A tarefa do médium demandará confiança, maturidade,
fé, coragem e vontade, atribuitos que muitas crianças ou jovens geralmente
ainda não consolidaram em seu caráter, por isso mais vale um trabalho iniciado
aos 20 anos e executado durante toda uma existência do que uma explosão aos 15
anos com término aos 19.
Allan Kardec fala sobre o desenvolvimento mediúnico
de crianças no Livro dos Médiuns:
" Haverá inconveniente em desenvolver-se a
mediunidade nas crianças?
Certamente e sustento mesmo que é muito perigoso,
pois que esses organismos
débeis e delicados sofreriam por essa forma grandes
abalos, e as respectivas imaginações excessiva sobreexcitação. Assim, os pais
prudentes devem afastá-las dessas idéias, ou, quando nada, não lhes falar do
assunto, senão do ponto de vista das conseqüências morais.
Há, no entanto, crianças que são médiuns naturalmente,
quer de efeitos
físicos, quer de escrita e de visões. Apresenta
isto o mesmo inconveniente?
Não; quando numa criança a faculdade se mostra
espontânea, é que está na sua
natureza e que a sua constituição se presta a isso
O mesmo não acontece, quando é provocada e sobreexcitada. Nota que a criança,
que tem visões, geralmente não se impressiona com estas, que lhe parecem coisa
naturalíssima, a que dá muito pouca atenção e quase sempre esquece. Mais tarde,
o fato lhe volta à memória e ela o explica facilmente, se conhece o
Espiritismo.
Em que idade se pode ocupar, sem inconvenientes, de
mediunidade?
Não há idade precisa, tudo dependendo inteiramente
do desenvolvimento físico
e, ainda mais, do desenvolvimento moral. Há
crianças de doze anos a quem tal coisa afetará menos do que a algumas pessoas
já feitas. Falo da mediunidade, em geral; porém, a de efeitos físicos é mais
fatigante para o corpo; a da escrita tem outro inconveniente, derivado da
inexperiência da criança, dado o caso de ela querer entregar-se a sós ao
exercício da sua faculdade e fazer disso um brinquedo.
222. A prática do Espiritismo, como veremos mais
adiante, demanda muito tato,
para a inutilização das tramas dos Espíritos
enganadores. Se estes iludem a homens feitos, claro é que a infância e a
juventude mais expostas se acham a ser vítimas deles.
Sabe-se, além disso, que o recolhimento é uma
condição sem a qual não se pode lidar com Espíritos sérios. As evocações feitas
estouvadamente e por gracejo constituem verdadeira profanação, que facilita o
acesso aos Espíritos zombeteiros, ou malfazejos.
Ora, não se podendo esperar de uma criança a
gravidade necessária a semelhante ato, muito de temer é que ela faça disso um
brinquedo, se ficar entregue a si mesma. Ainda nas condições mais favoráveis, é
de desejar que uma criança dotada de faculdade mediúnica não a exercite, senão
sob a vigilância de pessoas experientes, que lhe ensinem, pelo exemplo, o
respeito devido às almas dos que viveram no mundo. Por aí se vê que a questão
de idade está subordinada às circunstâncias, assim de temperamento, como de
caráter. Todavia, o que ressalta com clareza das respostas acima é que não se
deve forçar o desenvolvimento dessas faculdades nas crianças, quando não é
espontânea, e que, em todos os casos, se deve proceder com grande circunspeção,
não convindo nem excitá-las, nem animá-las nas pessoas débeis. Do seu exercício
cumpre afastar, por todos os meios possíveis, as que apresentem sintomas, ainda
que mínimos, de excentricidade nas idéias, ou de enfraquecimento das faculdades
mentais, porquanto, nessas pessoas, há predisposição evidente para a loucura,
que se pode manifestar por efeito de qualquer sobreexcitação. As idéias
espíritas não têm, a esse respeito, maior influência do que outras, mas, vindo
a loucura a declarar-se, tomará o caráter de preocupação dominante, como
tomaria o caráter religioso, se a pessoa se entregasse em excesso às práticas
de devoção, e a responsabilidade seria lançada ao Espiritismo. O que de melhor
se tem a fazer com todo indivíduo que mostre tendência à idéia fixa é dar outra
diretriz às suas preocupações, a fim de lhe proporcionar repouso aos órgãos
enfraquecidos."
A maior parte dos centros possui evangelização
infantil, passando os conhecimentos espirituais para os pequenos de forma suave,
de acordo com a idade em que se encontra, acredito que essa é uma das melhores
formas de prepará-los, além é claro do Evangelho no Lar.
Pessoas em idades avançadas também podem sentir o
despertar de suas faculdades mediúnicas, isso não invalida o trabalho, não é
mérito ou demérito. Não podemos julgar a vontade de nosso Pai e dos espíritos
superiores, que sabem o exato momento que tudo deve acontecer.
Muitos médiuns evitam se dedicar ao trabalho por
falarem que não tem tempo, o trabalho, os amigos, tudo tem prioridade e sempre
pensão em um dia se dedicarem só que....
Você não sabe o tempo de vida que terá...
Você não sabe ao certo o tempo necessário para o
início de sua tarefa mediúnica...
Muitas vezes, quando decidir iniciar o estudo e
trabalho não lhe será mais permitido, porque já é época da colheita e você não
plantou.
Não é você que escolhe a idade de iniciar o estudo
e trabalho espiritual, Deus o chama e esse deve ser o momento de iniciar a
preparação, pois quando estiver preparado ele o chamará novamente, só que agora
para auxiliar os irmãos necessitados de Luz.
3.2 Intensidade
A intensidade com que a mediunidade se apresenta
também varia de acordo com o médium.
Médiuns com aptidão para psicofonia (incorporação)
geralmente “sentem” de forma mais agressiva o contato espiritual, porque muitas
vezes espíritos inferiores se aproximam quando sua mediunidade aflora.
Isso não quer dizer que o(s) espírito(s)
protetor(es) e mentor(es) do médium não estejam próximos, muitas vezes eles
tentam de forma suave fazer o médium despertar para sua sensibilidade,
porém.... pelo medo (alguns tem pavor) ou vergonha eles não aceitam a
aproximação.
Os espíritos superiores então se afastam, não como
castigo e sim por afinidade. Os espíritos inferiores se aproximam e acabam
"acordando" o médium de forma mais agresssiva.
Não devemos pensar nisso como um castigo,
simplesmente o médium tem um canal de contato espiritual, se não existe um
espírito superior protegendo esse canal os espíritos inferiores passam a utilizá-lo,
é simples, podemos comparar a uma casa abandonada.
O médium se comprometeu antes de encarnar a
realizar uma tarefa e para realizá-la ele recebeu uma
"hipersensibilização" nos canais de contato com o mundo espiritual
(chakras).
O médium tem então uma "porta", que será
utilizada pelos instrutores espirituais para auxiliar os encarnados ou
espíritos sofredores. Essa porta precisa ser protegida, pois pode também ser
utilizada por espíritos inferiores que subjugariam o médium e o fariam de marionete
para os seus desejos egoístas e mesquinhos.
Por esse motivo um médium com compromissos
espirituais sempre encarna sob a tutela de um ou mais mentores, ou seja,
espíritos de luz que se comprometem a protegê-lo e prepará-lo para sua tarefa.
Embora a misericórdia de Deus seja infinita e a
dedicação dos guias e mentores seja imensa, o médium precisa fazer sua parte,
estudando, moldando seu caráter e atingindo o equilíbrio emocional necessário.
Quando se aproxima o momento da preparação do
médium, os guias começam a chamá-lo, de forma suave, encaminhando-o para
lugares e pessoas que auxiliarão na formação de sua base espiritual.
Se o médium não aceita os chamados “suaves” do
mentor então ele se afasta, porque não lhe é mais permitido interceder pelo
médium, já que não mais lhe interessa trabalhar com o plano espiritual QUE ELE
MESMO SOLICITOU ANTES DE ENCARNAR.
O médium se torna alvo de espíritos trevosos, mas o
mentor não o abandona, embora tenha que esperar que ele “acorde” e que
realmente deseje mudar sua conduta para então se reaproximar.
Porém, o médium pode continuar avesso ao contato
espiritual, fugindo durante toda sua encarnação das responsabilidades
assumidas. É muito improvável que esse irmão consiga ter uma vida tranqüila,
pois sua “porta” para o mundo espiritual será povoada de espíritos inferiores
que farão de tudo para vampirizá-lo. Ele provavelmente terá muitos
desequilíbrios emocionais e contrairá doenças pelo déficit de vitalidade, já
que compartilhará sua energia com os obsessores.
Muitos médiuns que estão lendo o artigo pensam
assim: - Eu não lembro de que forma suave meu mentor me chamou... Pois bem, as
formas suaves podem ser um conselho, um convite de um amigo, uma palestra, um
livro espírita ou espiritualista que uma pessoa próxima está lendo e oferece a
você, uma conversa sobre mediunidade entre pessoas próximas, você passar em
frente ao centro espírita justo na hora que está começando uma palestra e
"acidentalmente" encontrar um amigo(a) entrando, e outras inúmeros
formas "suaves" de chamar sua atenção.
A intensidade que a mediunidade aflora, bem como o
nível de proteção que você recebe do seu mentor estão muitas vezes ligados a
comprometimentos com vidas anteriores.
Alguns médiuns já tentaram outras vezes a tarefa
mediúnica e falharam, alguns a negaram ou a utilizaram de forma mercenária.
Podem também existir comprometimentos por causa de um suicídio (Yvone A.
Pereira é um exemplo) e por isso sofrem com a mediunidade, mesmo sendo ela
trabalhada para o bem do próximo.
Se você pensar .... Ah... já que vou sofrer mesmo
então não vou estudar e me dedicar tanto.... Engano seu... porque se já é
difícil para esses médiuns trabalhando, nem imagine como seria se eles negassem
a mediunidade. Lembre-se, os médiuns que estão nesse grupo são reincidentes,
podemos compará-los a infratores que são levados a julgamento pela segunda vez,
o juiz com certeza terá mais rigor ao aplicar a sentença, já que existem
agravantes.
3.3 A importância da Tarefa Espiritual do Médium
Se o médium antes de encarnar se compromete com
muitos espíritos encarnados e desencarnados então fica muito difícil dele fugir
da sua tarefa, porque de forma mais acentuada será chamado pelos mentores. Os
espíritos trevosos o perseguirão também, fazendo de tudo para obsediá-lo e
subjugá-lo, já que reconhecem nele grande potencial para ajudar os sofredores
(para eles ajudar o próximo é igual a atrapalhar).
Alguns médiuns chegam ao fundo do poço, fugindo de
qualquer forma da sua mediunidade, seja por causa do orgulho, medo ou vergonha,
contudo, quando aceitam a verdade, recebem cedo ou tarde a mensagem de consolo
do plano espiritual, informando sobre o seu comprometimento.
Tudo Isso não impede que o médium rejeite o
trabalho, os espíritos superiores sempre deixam a seu cargo a decisão final, o
livre arbítrio não pode ser ferido. O empenho da espiritualidade é no sentido
de INFORMÁR ao médium de forma bem clara sobre o seu potencial e também o
compromisso que o acompanha.
O médium não deve ficar pensando na importância do
seu trabalho espiritual ou qual será sua notoriedade, porque muitos serão
trabalhadores simples e anônimos que formarão a base para divulgação da
mensagem de Jesus seja por todo o planeta.
Poucos aparecerão para o mundo, porém todos são
importantes para a obra de Deus. Retiramos uma oportuna mensagem de Emmanuel,
escrita por Chico Xavier:
“Há diversidade de dons espirituais, mas a
Espiritualidade é a mesma.
Há diversidade de ministérios, mas é o mesmo Senhor
que a todos administra.
Há diversidade de operações para o bem; todavia, é
a mesma Lei de Deus que tudo opera em todos.
A manifestação espiritual, porém, é distribuída a
cada um para o que for útil.
Assim é que a um, pelo espírito, é dada a palavra
da sabedoria divina e a outro, pelo mesmo espírito, a palavra da ciência
humana.
A outro é confiado o serviço da fé e a outro o dom
de curar.
A outro é concedida a produção de fenômenos, a
outro a profecia, a outro a faculdade de discernir os Espíritos, a outro a
variedade das línguas e ainda a outro a interpretação dessas mesmas línguas.
No entanto, o mesmo poder espiritual realiza todas
essas coisas, repartindo os seus recursos particularmente a cada um, como
julgue necessário."
*
Quem analise despreocupadamente o texto acima,
decerto julgará estar lendo moderno autor espírita, definindo o problema da
mediunidade; contudo, as afirmações que transcrevemos saíram do punho do
apóstolo Paulo, há dezenove séculos, e constam no capítulo doze de sua primeira
carta aos coríntios.
Como é fácil de ver, a consonância entre o Espiritismo
e o Cristianismo ressalta, perfeita, em cada estudo correto que se efetue,
compreendendo-se na mensagem de Allan Kardec a chave de elucidações mais amplas
dos ensinos de Jesus e dos seus continuadores.
Cada médium é mobilizado na obra do bem, conforme
as possibilidades de que dispõe.
Esse orienta, outro esclarece; esse fala, outro
escreve; esse ora, outro alivia.
*
Em mediunidade, portanto, não te dês à preocupação
de admirar ou provocar admiração.
Procuremos, acima de tudo, em favor de nós mesmos,
o privilégio
de aprender e o lugar de servir."
3.4 Merecimento
Falamos um pouco no item anterior sobre o
merecimento.
O merecimento do médium no que se refere ao
despertar da sua mediunidade tem relação com:
• Trabalho espiritual realizado na erraticidade
(antes de reencarnar) - se o médium enquanto desencarnado conquistou muitas
amizades e a muitos auxiliou é bastante lógico que esses irmãos busquem sempre
interceder para auxiliar seu querido amigo.
• Desenvolvimento mediúnico em vidas anteriores –
se o médium já lidou com a mediunidade em vidas anteriores fica mais fácil o
seu aprimoramento. Já para aqueles que a utilizaram para o mal ou a
inutilizaram tem maior dificuldades e muitas vezes são perturbados por
espíritos sofredores.
• Comprometimento Karmico com espíritos inferiores
- nesse caso o médium terá mais dificuldade, pois além de sentir o afloramento
da mediunidade ele possui brechas espirituais para contato com espíritos que
ele prejudicou no passado.
Inicialmente pode parecer um castigo mas na verdade
é uma oportunidade de “pescar” os irmãos que um dia ele afundou na lama das
paixões inferiores. O médium nesse caso deve sublimar com todas as suas forças
as influências inferiores que receberá e com o tempo acabará vencendo seus opositores,
pois ele não estará sozinho.
Vencendo pelo cansaço, seu exemplo acabará levando
esses irmãos de volta ao caminho da Luz e ao mesmo tempo saldará sua dívida
para com eles.
Ramatís fala sobre esse assunto no livro
Mediunismo.
"... O próprio médium é que oferece ensejo
para a perturbação ou prsença indesejável no seu trabalho. Algumas vezes a base
da mistificação é cármica, e por isso o médium não consegue livrar-se dos
adversários pregressos, que o importunam a todo momento, procurando mistificá-lo
de qualquer modo e dificultar-lhe a recuperação espiritual na tarefa árdua da
mediunidade."
3.5 Obsessores
O contato dos guias e mentores dos médiuns é muito
sutil, eles sempre deixam que o seu pupilo escolha o caminho que deve tomar,
eles aconselham, tentam encaminhar, intuem irmãos mais sensíveis a chamá-lo
para ouvir palestras ou ler um livro, etc... Eles são suaves, até porque não
podem ser grosseiros devido o grau de evolução que alcançaram.
A grande maioria dos médiuns fecha seus ouvidos,
tampa seus olhos ou se esconde embaixo do cobertor, obstruindo todos os canais
disponíveis para o chamado do alto. A conseqüência é o afastamento dos mentores
que protegem o médium do contato com os espíritos inferiores e energias mais
densas.
Casa desprotegida invasão garantida, os espíritos
inferiores que já eram atraídos pelas tendências inferiores agora encontram
caminho livre para subjugar e vampirizar o médium.
Os obsessores ADORAM médiuns.
Eles amam médiuns medrosos porque fazem o possível
para incutir o medo de entrar em comunicação com o mundo espiritual, mas na
verdade o médium acaba entrando em contato com o mundo espiritual, só que
através da fascinação criada pelo espírito obsessor.
Eles se divertem com os que fingem que não tem as
sensações mediúnicas.
E fazem o possível para envergonhar mais ainda os
que têm vergonha de expor a sua sensibilidade.
Os obsessores também sabem que um médium treinado e
atuante é um inimigo, porque ajuda muitas pessoas, sejam elas encarnadas ou
desencarnadas. Várias vezes são responsáveis pelo enfraquecimento das falanges
de espíritos trevosos, porque seu exemplo e fé atuam de forma decisiva nos
espíritos que se encontram entediados de praticar o mal.
Por esse motivo as falanges de obsessores perseguem
os médiuns e fazem o possível para obsediá-los, buscando afastá-lo de qualquer
contato com a oração, centros espíritas ou grupos de estudo.
Mesmo quando o médium busca o aprimoramento
mediúnico e o estudo os obsessores continuam próximos, esperando sempre uma
brecha, pois sabem que os médiuns são espíritos que podem fraquejar (como
qualquer ser humano).
A única forma de proteção para o médium é a
elevação de sua vibração, mesmo trabalhando em uma casa espírita ele precisará
manter seu coração nas alturas se deseja se isolar do contato espiritual
inferior.
Não se enganem achando que os médiuns que trabalham
em um centro espírita ou templo de umbanda estão imunizados contra o astral
inferior, se eles não estiverem equilibrados serão alvos da obsessão e os
mentores não poderão auxiliá-los, porque baixaram demais sua vibração. O médium
acaba se tornando surdo ao guia e ligado ao obsessor.
Ramatís fala sobre esse problema no livro
Mediunismo, mostrando também como podem os nos imunizar contra os espíritos
mistificadores:
"... Não cremos que a vaidade dos médiuns
desapareça só porque sejam vítimas da mistificação corretiva. Em geral, quando
eles comprovam que foram iludidos pelos desencarnados, sentem-se profundamente
feridos no seu amor-próprio e então se revoltam contra a sua própria faculdade
mediúnica. E assim, em muitos casos, o médium mistificado e revoltado pela
decepção de ter sido humilhado na mistificação, mais rapidamente desiste da
tarefa mediúnica que o ajudava a amortizar a dívida cármica, terminando por corresponder
exatamente aos propósitos maquiavélicos dos seus perseguidores do Além. Alguns
médiuns já abandonaram a prática mediúnica, alegando que foram traídos na sua
boa intenção e não receberam o devido adjutório do Alto, o que eles seria justo
esperar.
São raros os médiuns que admitem, sem quaisquer
susceptibilidade, que dia mais ou dia menos podem ser mistificados, não por
culpa dos seus mentores, mas pela imprudência, pelo descaso, vaidade ou
interesse utilitarista com que às vezes são dominados, oferecendo ensejos para
a infiltração de espíritos levianos, irresponsáveis e malévolos no exercício da
sua mediunidade. Os desocupados do Além-Túmulo espreitam astutamente qualquer
brecha vulnerável que se faça no caráter do médium ou perturbação no seu trato
com a família amiga ou ambiente de trabalho, para assim interferirem durante a
queda na freqüência vibratória espiritual e lograrem a mistificação que depois
desanima, decepciona ou enfraquece a confiança. A mistificação ainda significa
determinada cota de sacrifício na prática mediúnica, assim como acontece em
certas profissões humanas, seja a engenharia, a advocacia ou a medicina, em que
os seus profissionais, com o decorrer do tempo, vão eliminando gradativamente
os equívocos dos primeiros dias...
Muitos médiuns, apesar de bem intencionados, são no
entanto vaidosos, ingênuos, ignorantes, fanáticos ou excessivamente
personalistas, oferecendo ensejo para os desencarnados perversos os perturbarem
no intercâmbio mediúnico....
Qual o meio mais eficiente para o médium livrar-se
das mistificações dos desencarnados?
Sem dúvida é a sua conduta moral e integração
incondicional aos preceitos sublimes da vida espiritual superior. Se o médium
pautar todos os seus atos e subordinar seus pensamentos à diretriz doutrinária
do Cristo-Jesus, ele há de se ligar definitivamente às entidades superiores
responsáveis pelo desenvolvimento da humanidade terrena... "
FONTE: PENSAMENTOS DE ANDRÉ LUIZ