“Brasil, coração do mundo,
pátria do evangelho.” (Humberto de Campos)
À Emmanuel, toda a
minha admiração e respeito por esse tão nobre espírito que, em mais uma de suas
passagens pela Terra, quando na personalidade do Padre Manuel da Nóbrega,
desempenhou um papel verdadeiramente cristão,inclusive tendo sido considerado um dos construtores do
Brasil. Devido à minha admiração por essa personalidade, fiz questão de coletar
a história do Padre, mostrando a sua atuação no Brasil e o cumprimento da sua
elevada missão recebida do alto para o processo de amadurecimento e alcance da
maioridade coletiva da nação. Que Jesus nos abençoe.
Daniel Pires.
O papa pio XII disse, certa vez, que a cidade de São Paulo
teve como fundador o apóstolo Manuel da Nóbrega. Alguns anos mais tarde, foi a
vez do Papa João XXIII dizer que o padre Manuel foi nada menos que o
bandeirante de Deus no Brasil. Mas, quem foi esse personagem que foi
considerado um dos mais importantes portugueses do século XVI, apesar de ter passado
grande parte da vida no Brasil?
Manuel da Nóbrega nasceu em 18/10/1517, na cidade de Sanfins
do Douro, no norte de Portugal. Estudou nas universidades de Salamanca e de
Coimbra. Aos 27 anos, decidiu seguir a carreira religiosa. O jovem Manuel da Nóbrega
escolheu uma nova ordem religiosa, criada poucos anos antes. A “companhia de
Jesus” foi fundada pelo espanhol Inácio de Loyola. Os jesuítas tinham, como
princípio, ser missionários, por isso seriam os grandes responsáveis pela
propagação do cristianismo nas terras recém descobertas.
Manuel da Nóbrega passou 5 anos pregando no interior de
Portugal, até que o rei D. João III pede ao padre que lidere a primeira equipe
de religiosos no continente americano.
Em 1549, chegou ao Novo Mundo a esquadra do primeiro
governador geral do Brasil, Tomé de Souza. Junto com ele, cinco jesuítas
comandados pelo padre Manuel.
Tomé de Souza tinha a missão de organizar uma administração
para a nova terra e criar uma cidade para servir de capital. No dia 29 de março,
do mesmo ano, ele fundou Salvador. O Padre Manuel da Nóbrega ficou encarregado
de construir e comandar o colégio da cidade. Mas, a colônia era grande e quase
não havia padres no Brasil. Por isso, o padre Manuel, em companhia de Tomé de
Souza, resolveu seguir para outras capitanias. Em Ilhéus, Porto Seguro e no
Espírito Santo, os colonos podiam se confessar, ter seus casamentos celebrados
e os filhos batizados. Os índios que viviam nos povoados eram catequizados.
Seguindo para o sul, Manuel da Nóbrega e o governador geral
chegaram à capitania de São Vicente, a mais antiga do Brasil. Lá, o padre
assume o comando do colégio jesuíta da vila. Mas, o padre não se limitou a
administrar o colégio da vila litorânea, contrariando Tomé de Souza. Então,
Manuel subiu a serra do mar para catequizar os índios da região conhecida como
Planalto de Piratininga. Ali, já viviam alguns portugueses, que, por ordem do
governador geral, eram reunidos na vila de Santo André da borda do campo. Mas,
o lugar não era seguro contra os ataques dos índios e, por isso, Manuel da
Nóbrega transferiu os jesuítas para uma colina, entre os rios Anhangabaú e
Tamanduateí.
No dia 25/01/1554, foi celebrada a primeira missa em um
barracão construído no novo local. O dia foi escolhido em homenagem ao apostolo
Paulo e, por isso, o colégio recebe o nome de “São Paulo”. Manuel da Nóbrega
não pôde ficar e acompanhar o crescimento do colégio. No ano seguinte, a
colônia foi invadida.
O almirante francês Nicolau de Villegaignnon ocupou a Baía de
Guanabara e lá fundou a França Antártica, conseguindo fazer uma aliança com os
índios e ameaçar o domínio português na região.
Com o apoio dos franceses, índios de várias tribos se uniram
para lutar contra os portugueses que tentavam escravizá-los. Eles formaram a
Confederação dos Tamoios e começavam a atacar vilas e povoações portuguesas.
Depois de sete anos de conflitos, o Padre Manuel da Nóbrega,
que era contra a escravização dos índios, decidiu liderar uma missão para
restabelecer a paz entre nativos e portugueses. Em 1563, ele e um jovem
jesuíta, José de Anchieta, partiram de São Vicente para a aldeia de Iperoig,
onde hoje fica a cidade de Ubatuba.
Com a ajuda de Anchieta, que rapidamente aprendeu a falar em
tupi, Manuel de Nóbrega conseguiu o apoio de algumas tribos e, em seguida,
enfraqueceu a luta dos tamoios. Com isso, ficou aberto o caminho para a
retomada da Baía de Guanabara.
No ano seguinte, a esquadra do Capitão Estácio de Sá,
sobrinho do novo governador geral Mendes Sá, chega ao Brasil para expulsar os
invasores, mas, os franceses e as tribos aliadas resistiram e Estácio precisou
buscar esforços em São Vicente. Lá,
ele recebeu o apoio de Manuel da Nóbrega e Anchieta, que mandaram voluntários
para a luta.
Com a ajuda dos jesuítas, Estácio de Sá voltou à Guanabara
e, no dia 1º de Março de 1565, fundou a cidade de São Sebastião do Rio de
Janeiro. Cinco dias depois, ocorreu a primeira batalha. Dois anos mais tarde,
os franceses foram finalmente expulsos do Brasil.
Com a paz restabelecida, Manuel da Nóbrega criou e passou a
administrar o colégio jesuíta do Rio de Janeiro e, é no comando dele, que
desencarna, em 18/10/1570, mesmo dia em que completava 63 anos.
Manuel da Nóbrega, estadista e missionário, foi um dos
fundadores de São Paulo e o primeiro a perceber a importância de ocupar o
interior do continente. Por isso, é considerado um dos construtores do Brasil.
FONTE: TV CÂMARA, SÉRIE CONSTRUTORES DO BRASIL.
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