terça-feira, 9 de outubro de 2012

PADRE MANUEL DA NÓBREGA




“Brasil, coração do mundo, pátria do evangelho.” (Humberto de Campos)

À Emmanuel, toda a minha admiração e respeito por esse tão nobre espírito que, em mais uma de suas passagens pela Terra, quando na personalidade do Padre Manuel da Nóbrega, desempenhou um papel verdadeiramente cristão,inclusive  tendo sido considerado um dos construtores do Brasil. Devido à minha admiração por essa personalidade, fiz questão de coletar a história do Padre, mostrando a sua atuação no Brasil e o cumprimento da sua elevada missão recebida do alto para o processo de amadurecimento e alcance da maioridade coletiva da nação. Que Jesus nos abençoe.

Daniel Pires.

O papa pio XII disse, certa vez, que a cidade de São Paulo teve como fundador o apóstolo Manuel da Nóbrega. Alguns anos mais tarde, foi a vez do Papa João XXIII dizer que o padre Manuel foi nada menos que o bandeirante de Deus no Brasil. Mas, quem foi esse personagem que foi considerado um dos mais importantes portugueses do século XVI, apesar de ter passado grande parte da vida no Brasil?

Manuel da Nóbrega nasceu em 18/10/1517, na cidade de Sanfins do Douro, no norte de Portugal. Estudou nas universidades de Salamanca e de Coimbra. Aos 27 anos, decidiu seguir a carreira religiosa. O jovem Manuel da Nóbrega escolheu uma nova ordem religiosa, criada poucos anos antes. A “companhia de Jesus” foi fundada pelo espanhol Inácio de Loyola. Os jesuítas tinham, como princípio, ser missionários, por isso seriam os grandes responsáveis pela propagação do cristianismo nas terras recém descobertas.

Manuel da Nóbrega passou 5 anos pregando no interior de Portugal, até que o rei D. João III pede ao padre que lidere a primeira equipe de religiosos no continente americano.

Em 1549, chegou ao Novo Mundo a esquadra do primeiro governador geral do Brasil, Tomé de Souza. Junto com ele, cinco jesuítas comandados pelo padre Manuel.

Tomé de Souza tinha a missão de organizar uma administração para a nova terra e criar uma cidade para servir de capital. No dia 29 de março, do mesmo ano, ele fundou Salvador. O Padre Manuel da Nóbrega ficou encarregado de construir e comandar o colégio da cidade. Mas, a colônia era grande e quase não havia padres no Brasil. Por isso, o padre Manuel, em companhia de Tomé de Souza, resolveu seguir para outras capitanias. Em Ilhéus, Porto Seguro e no Espírito Santo, os colonos podiam se confessar, ter seus casamentos celebrados e os filhos batizados. Os índios que viviam nos povoados eram catequizados.

Seguindo para o sul, Manuel da Nóbrega e o governador geral chegaram à capitania de São Vicente, a mais antiga do Brasil. Lá, o padre assume o comando do colégio jesuíta da vila. Mas, o padre não se limitou a administrar o colégio da vila litorânea, contrariando Tomé de Souza. Então, Manuel subiu a serra do mar para catequizar os índios da região conhecida como Planalto de Piratininga. Ali, já viviam alguns portugueses, que, por ordem do governador geral, eram reunidos na vila de Santo André da borda do campo. Mas, o lugar não era seguro contra os ataques dos índios e, por isso, Manuel da Nóbrega transferiu os jesuítas para uma colina, entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí.

No dia 25/01/1554, foi celebrada a primeira missa em um barracão construído no novo local. O dia foi escolhido em homenagem ao apostolo Paulo e, por isso, o colégio recebe o nome de “São Paulo”. Manuel da Nóbrega não pôde ficar e acompanhar o crescimento do colégio. No ano seguinte, a colônia foi invadida.

O almirante francês Nicolau de Villegaignnon ocupou a Baía de Guanabara e lá fundou a França Antártica, conseguindo fazer uma aliança com os índios e ameaçar o domínio português na região.

Com o apoio dos franceses, índios de várias tribos se uniram para lutar contra os portugueses que tentavam escravizá-los. Eles formaram a Confederação dos Tamoios e começavam a atacar vilas e povoações portuguesas.
Depois de sete anos de conflitos, o Padre Manuel da Nóbrega, que era contra a escravização dos índios, decidiu liderar uma missão para restabelecer a paz entre nativos e portugueses. Em 1563, ele e um jovem jesuíta, José de Anchieta, partiram de São Vicente para a aldeia de Iperoig, onde hoje fica a cidade de Ubatuba.

Com a ajuda de Anchieta, que rapidamente aprendeu a falar em tupi, Manuel de Nóbrega conseguiu o apoio de algumas tribos e, em seguida, enfraqueceu a luta dos tamoios. Com isso, ficou aberto o caminho para a retomada da Baía de Guanabara.

No ano seguinte, a esquadra do Capitão Estácio de Sá, sobrinho do novo governador geral Mendes Sá, chega ao Brasil para expulsar os invasores, mas, os franceses e as tribos aliadas resistiram e Estácio precisou buscar esforços em São Vicente. Lá, ele recebeu o apoio de Manuel da Nóbrega e Anchieta, que mandaram voluntários para a luta.

Com a ajuda dos jesuítas, Estácio de Sá voltou à Guanabara e, no dia 1º de Março de 1565, fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Cinco dias depois, ocorreu a primeira batalha. Dois anos mais tarde, os franceses foram finalmente expulsos do Brasil.

Com a paz restabelecida, Manuel da Nóbrega criou e passou a administrar o colégio jesuíta do Rio de Janeiro e, é no comando dele, que desencarna, em 18/10/1570, mesmo dia em que completava 63 anos.

Manuel da Nóbrega, estadista e missionário, foi um dos fundadores de São Paulo e o primeiro a perceber a importância de ocupar o interior do continente. Por isso, é considerado um dos construtores do Brasil.

FONTE: TV CÂMARA, SÉRIE CONSTRUTORES DO BRASIL.

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